No dia seguinte ao crime, a notícia estava na boca do povo. Todos os jornais de Londres noticiavam o terrível assassinato de Martha Tabram, uma mulher adorável que havia sido induzida à prostituição pelo seu vício em bebida.
Sua amiga, Pearly Poll, havia sido levada para a delegacia para a coleta de depoimento, e dizia-se que já haviam suspeitos. Alguns jornais traziam até mesmo a natureza dos ferimentos descrita detalhadamente, para saciar a curiosidade mórbida de seus leitores.
A violência contra as mulheres de East End não era estranha aos tablóides, que de tempos em tempos noticiava notícias do tipo. Começaram a correr boatos de que o assassino - talvez mais de um - era apenas um bom cristão, decidido a limpar o pecado do mundo. De qualquer forma, todos concordavam em uma coisa: o lugar decididamente estava perdido.
TRACER BULLET
Tracer deu um suspiro de desânimo ao abrir o jornal aquela manhã. Aquela era a notícia da semana, senão a do mês, e a cobertura não era a sua.
Tom Bulling. Também repórter do London Observer, o colega de Tracer era inescrupuloso e sensacionalista, fazendo de tudo para passar por cima dos outros para conseguir um furo. Rivais declarados, os dois repórteres sabiam que a permanência de um na redação seria a demissão do outro. E Tracer não podia perder aquele emprego.
Ao chegar no escritório do London Observer, um pequeno caderno policial que cobria principalmente East End - a fonte dos crimes mais estranhos e mórbidos de toda Londres - Tracer logo percebeu o furor que a notícia causara.
- Ah, aí está você! - Philips, seu supervisor, veio imediatamente ao seu encontro, passando o braço pelos seus ombros e trazendo-o para dentro. - Escute, Bullet, precisamos de todos os repórteres que temos em cima desse caso. - Ele dá um suspiro triunfante, soltando-o em frente à sua mesa. - Eu tenho uma intuição. Essa matéria é ouro puro, eu lhe digo!
ARIELLA HARRIS
Ariel treinava tiro no grande quintal murado de sua casa, utilizando um pedaço de madeira velha como alvo. Moradora do distrito de Greenwich, com suas grandes casas e belas árvores próximas ao rio Tâmisa, ela se sentia bem naquele lugar solitário e calmo.
A moça foi interrompida pelo barulho da porta. Seu pai, George, chegara do trabalho. Parecia exausto.
- Bom dia, querida.
Seu pai havia sido chamado para um trabalho urgente, no meio da madrugada. Nada disseram sobre o teor do caso, e Ariel estava aliviada ao vê-lo de volta. Ele parecia um pouco perturbado, e sentou-se em uma das cadeiras da varanda, observando-a.
RICHARD CROSS
Richard agora tinha uma rotina: saía toda noite para beber no Angel and Crown, que ficava a um quarteirão de distância, voltava para casa tarde da noite, dormia, e quando acordava voltava a beber.
Porém, aquela manhã, ele foi acordado de súbito por uma batida violenta na porta. Ao abri-la, pronto para xingar o coletor de aluguel por incomodá-lo tão cedo, teve uma surpresa. Era um jovem soldado, colega seu, com quem havia bebido na noite anterior.
Cross lembrava levemente da noite anterior. Havia bebido com eles aquela noite, mas passara mal, vomitando no chão do bar e sendo expulso pela garçonete irritada. Eles ficaram por lá e ele tinha ido pra casa.
- Capitão Cross! - O jovem estava completamente transtornado. - Por favor, você precisa me ajudar!
JANE POTTER
Jane acordou assustada, depois de ter um pesadelo terrível. Sonhou com sangue e dor, apesar de não conseguir descrever exatamente o que tinha visto. Lavou o rosto, vestiu-se e desceu à sala de jantar para o desjejum, ainda um pouco perturbada com visões.
Seu pai, James Potter, e seu irmão, Ethan, já estavam à mesa, conversando.
- Bom dia, querida - Lord Potter cumprimentou-a, quando a viu descer.
JAVERT MARCEAU
Marceau estava na rua, como sempre, com o rosto pintado. Fazia macaquices, pulando em uma perna só e fazendo malabarismo, mas as pessoas estavam muito mais ocupadas com as manchetes dos jornais. Dando-se por vencido, ele sentou em um canto, com fome. Se assustou quando ouviu um tilintar de moedas em sua latinha.
- Você não devia desistir - Ele ouviu a moça dizer.
Era uma moça que ele nunca esperaria encontrar por ali, perto do mercado. Usava uma sombrinha de dama, como de costume por todas as moças bem nascidas, e um vestido branco, com rendas. Ele não a conhecia de nenhum lugar.
GRACE "BUTTERFLY"
O cabaré Rouge and Wine era um dos maiores de East End. Era respeitado mais do que os outros estabelecimentos, isso era certeza, com seu bom vinho, comida e garotas belas e limpas. Sua dona, uma francesa que se denominava Madame Rouge, era uma administradora benevolente, que de vez em quando deixava as pobres prostitutas comerem um prato de comida ali.
Grace realizava as tarefas da manhã no estabelecimento - o que era basicamente limpar a sujeira deixada na noite anterior - quando sua colega, Mary, que limpava a calçada da frente, entra com um jornal nas mãos.
- Meu deus... É a amiga de Poll!
Todas as outras mulheres, até mesmo duas outras prostitutas que estavam na rua, entraram para ver o jornal.
- Não era Emma o nome dela?
- Ela mentiu, é claro! - Mary disse, impaciente.
- Pobre mulher - A outra fez o sinal da cruz.
Grace conheceu a falecida apenas de vista, de uma vez que ela ficara para comer um pedaço de pão. Ela era muito quieta, e bebia muito, e era só o que sabia. Já Poll era uma matraca; achava que logo iria conseguir um homem rico que a tirasse dali. Era o sonho de todas, dificilmente atendido.
THOMAS LIOUNCOURT
Thomas acordou cedo em seu pequeno quarto de pensão. O local tinha uma péssima localização; bem ao lado do mercado, era impossível dormir até além das oito horas da manhã com tanto barulho.
Quando terminou de se vestir, percebeu um envelope que havia sido passado por baixo da porta. A palavras no envelope eram em francês, e hesitante, ele abriu a carta e leu.
Thomas, meu amor;
Porque me abandonaste nessa terra maldita? As sedas, as plumas, nada se compara ao prazer que me proporcionaste aquela noite. Eu era casada, mas confessei meu pecado ao padre. Paguei minha penitência. Oh, mas o pecado! Não consigo esquecê-lo, meu amor.
Meu marido, Seigneur de Bassompierre, sofreu um leve acidente. Comida estragada, dizem. Mas fui eu que o fiz. Por você, meu amor.
Eu estou fugindo. Me espere.
Logo nos encontraremos.
Apenas sua... Brigitte.
Thomas lembrou-se automaticamente de Brigitte, a mulher do Marquês Renard de Bassompierre, do tempo que estivera em Lorraine, ainda na França. Era uma mulher fácil de se conquistar; amaldiçoada com o mal da esterilidade, ela nutria rancor pelo seu marido e seus bastardos. A marquesa era uma louca, apaixonada, e fora a primeira vez que ele fugia de uma mulher e não de seu marido. E agora ela sabia onde ele estava.
MORGAN GRAY
Morgan tomava um farto café da manhã, lendo as notícias no jornal, quando sua irmã desceu as escadas da mansão alegremente. Sentou-se do outro lado da mesa, pegando uma torrada e geléia.
- Bom dia, querido irmão!
Catherine parecia alegre até demais para o gosto de Morgan. Mas ele sabia o motivo: Sua irmã estava vendo um homem, um funcionário da livraria próxima dali. Seu pai nunca aprovaria o relacionamento de Catherine com alguém de tão baixa classe, e Morgan também não estava disposto a fazê-lo.
EVAN KENDAL
Lord Kendal, o pai de Evan, possuía uma grande propriedade nos limites de Londres. Joseph Kendal amara a mãe de Evan antes de seu casamento arranjado, e Evan é seu filho preferido, apesar de bastardo. Ele não sabia do paradeiro da mulher e nem do menino, que foram forçados a se esconder da família Kendal quando o caso foi descoberto, e não sabia sequer que tinham sobrevivido quando ficou sabendo da existência de Evan. Deixou então o rapaz morar em sua propriedade, a alguma distância da casa principal. Essa decisão teve grande repercussão, tanto em meio à nobreza quanto dentro de sua família.
O problema era Lady Coralline, a esposa de Kendal, e seu filho, Harry, que se ressentiam da decisão. Evan é o primogênito e por nascimento o que teria mais direito à fortuna do pai. A azeda Coralline temia que seu filho fosse deixado de lado quando a herança fosse repartida, e que ela fosse mandada para a sarjeta.
Naquela manhã, como sempre, Evan nadava no lado próximo à sua casa. Estava tão absorto em seus pensamentos que mal percebeu alguém acenar da margem. Percebeu que era seu pai.
ARTHUR "STEAMPUNK"
Arthur estava absorto demais em seu trabalho para prestar atenção a notícias de mulheres mortas. Batia o martelo contra o metal, com muita destreza, e montava em sua mente o próximo mecanismo que faria com aquilo. Ele só levantou os olhos de seu trabalho ao perceber o sininho da loja, indicando que alguém havia entrado.
Quando Arthur foi olhar, percebeu que era William Turner, um dos empregados de seu pai, completamente transtornado. Ele chorava, com o chapéu na mão, falando coisas desconexas.
- Era ela... Eles me mostraram o corpo, era ela!
WILLIAM HARVEY
Já faziam três dias desde o último roubo de Will. Um pequeno baú, que roubara de uma espelunca em que algum azarado resolvera passar a noite. Foi fácil: ninguém estava no quarto, apenas entrou e saiu com a caixa.
O problema é que, por mais que tentasse, não conseguia abrir de jeito nenhum. Não era trancado por uma chave ou cadeado, apenas alguns quadradinhos no que devia ser a fechadura. Nunca vira nada como aquilo antes e não sabia como abrir, então sequer sabia o que tinha dentro.
Pensava nisso enquanto arrumava os livros nas estantes. The Poisoned Pen, uma pequena livraria nos arredores de Greenwich, perto das margens do rio, possuía vários exemplares antigos ou que as pessoas normais não gostariam de ler, como "As borboletas raras do vale do rio Reno" e a história completa do Egito escrita em latim. Folheava um deles, distraidamente, quando seu chefe entrou na loja.
- Um absurdo, esses patifes - Ele dizia para si mesmo, chacoalhando o jornal na mão. - Matar uma mulher indefesa dessa maneira! Deviam ir todos para a forca!
Sua amiga, Pearly Poll, havia sido levada para a delegacia para a coleta de depoimento, e dizia-se que já haviam suspeitos. Alguns jornais traziam até mesmo a natureza dos ferimentos descrita detalhadamente, para saciar a curiosidade mórbida de seus leitores.
A violência contra as mulheres de East End não era estranha aos tablóides, que de tempos em tempos noticiava notícias do tipo. Começaram a correr boatos de que o assassino - talvez mais de um - era apenas um bom cristão, decidido a limpar o pecado do mundo. De qualquer forma, todos concordavam em uma coisa: o lugar decididamente estava perdido.
TRACER BULLET
Tracer deu um suspiro de desânimo ao abrir o jornal aquela manhã. Aquela era a notícia da semana, senão a do mês, e a cobertura não era a sua.
Tom Bulling. Também repórter do London Observer, o colega de Tracer era inescrupuloso e sensacionalista, fazendo de tudo para passar por cima dos outros para conseguir um furo. Rivais declarados, os dois repórteres sabiam que a permanência de um na redação seria a demissão do outro. E Tracer não podia perder aquele emprego.
Ao chegar no escritório do London Observer, um pequeno caderno policial que cobria principalmente East End - a fonte dos crimes mais estranhos e mórbidos de toda Londres - Tracer logo percebeu o furor que a notícia causara.
- Ah, aí está você! - Philips, seu supervisor, veio imediatamente ao seu encontro, passando o braço pelos seus ombros e trazendo-o para dentro. - Escute, Bullet, precisamos de todos os repórteres que temos em cima desse caso. - Ele dá um suspiro triunfante, soltando-o em frente à sua mesa. - Eu tenho uma intuição. Essa matéria é ouro puro, eu lhe digo!
ARIELLA HARRIS
Ariel treinava tiro no grande quintal murado de sua casa, utilizando um pedaço de madeira velha como alvo. Moradora do distrito de Greenwich, com suas grandes casas e belas árvores próximas ao rio Tâmisa, ela se sentia bem naquele lugar solitário e calmo.
A moça foi interrompida pelo barulho da porta. Seu pai, George, chegara do trabalho. Parecia exausto.
- Bom dia, querida.
Seu pai havia sido chamado para um trabalho urgente, no meio da madrugada. Nada disseram sobre o teor do caso, e Ariel estava aliviada ao vê-lo de volta. Ele parecia um pouco perturbado, e sentou-se em uma das cadeiras da varanda, observando-a.
RICHARD CROSS
Richard agora tinha uma rotina: saía toda noite para beber no Angel and Crown, que ficava a um quarteirão de distância, voltava para casa tarde da noite, dormia, e quando acordava voltava a beber.
Porém, aquela manhã, ele foi acordado de súbito por uma batida violenta na porta. Ao abri-la, pronto para xingar o coletor de aluguel por incomodá-lo tão cedo, teve uma surpresa. Era um jovem soldado, colega seu, com quem havia bebido na noite anterior.
Cross lembrava levemente da noite anterior. Havia bebido com eles aquela noite, mas passara mal, vomitando no chão do bar e sendo expulso pela garçonete irritada. Eles ficaram por lá e ele tinha ido pra casa.
- Capitão Cross! - O jovem estava completamente transtornado. - Por favor, você precisa me ajudar!
JANE POTTER
Jane acordou assustada, depois de ter um pesadelo terrível. Sonhou com sangue e dor, apesar de não conseguir descrever exatamente o que tinha visto. Lavou o rosto, vestiu-se e desceu à sala de jantar para o desjejum, ainda um pouco perturbada com visões.
Seu pai, James Potter, e seu irmão, Ethan, já estavam à mesa, conversando.
- Bom dia, querida - Lord Potter cumprimentou-a, quando a viu descer.
JAVERT MARCEAU
Marceau estava na rua, como sempre, com o rosto pintado. Fazia macaquices, pulando em uma perna só e fazendo malabarismo, mas as pessoas estavam muito mais ocupadas com as manchetes dos jornais. Dando-se por vencido, ele sentou em um canto, com fome. Se assustou quando ouviu um tilintar de moedas em sua latinha.
- Você não devia desistir - Ele ouviu a moça dizer.
Era uma moça que ele nunca esperaria encontrar por ali, perto do mercado. Usava uma sombrinha de dama, como de costume por todas as moças bem nascidas, e um vestido branco, com rendas. Ele não a conhecia de nenhum lugar.
GRACE "BUTTERFLY"
O cabaré Rouge and Wine era um dos maiores de East End. Era respeitado mais do que os outros estabelecimentos, isso era certeza, com seu bom vinho, comida e garotas belas e limpas. Sua dona, uma francesa que se denominava Madame Rouge, era uma administradora benevolente, que de vez em quando deixava as pobres prostitutas comerem um prato de comida ali.
Grace realizava as tarefas da manhã no estabelecimento - o que era basicamente limpar a sujeira deixada na noite anterior - quando sua colega, Mary, que limpava a calçada da frente, entra com um jornal nas mãos.
- Meu deus... É a amiga de Poll!
Todas as outras mulheres, até mesmo duas outras prostitutas que estavam na rua, entraram para ver o jornal.
- Não era Emma o nome dela?
- Ela mentiu, é claro! - Mary disse, impaciente.
- Pobre mulher - A outra fez o sinal da cruz.
Grace conheceu a falecida apenas de vista, de uma vez que ela ficara para comer um pedaço de pão. Ela era muito quieta, e bebia muito, e era só o que sabia. Já Poll era uma matraca; achava que logo iria conseguir um homem rico que a tirasse dali. Era o sonho de todas, dificilmente atendido.
THOMAS LIOUNCOURT
Thomas acordou cedo em seu pequeno quarto de pensão. O local tinha uma péssima localização; bem ao lado do mercado, era impossível dormir até além das oito horas da manhã com tanto barulho.
Quando terminou de se vestir, percebeu um envelope que havia sido passado por baixo da porta. A palavras no envelope eram em francês, e hesitante, ele abriu a carta e leu.
Thomas, meu amor;
Porque me abandonaste nessa terra maldita? As sedas, as plumas, nada se compara ao prazer que me proporcionaste aquela noite. Eu era casada, mas confessei meu pecado ao padre. Paguei minha penitência. Oh, mas o pecado! Não consigo esquecê-lo, meu amor.
Meu marido, Seigneur de Bassompierre, sofreu um leve acidente. Comida estragada, dizem. Mas fui eu que o fiz. Por você, meu amor.
Eu estou fugindo. Me espere.
Logo nos encontraremos.
Apenas sua... Brigitte.
Thomas lembrou-se automaticamente de Brigitte, a mulher do Marquês Renard de Bassompierre, do tempo que estivera em Lorraine, ainda na França. Era uma mulher fácil de se conquistar; amaldiçoada com o mal da esterilidade, ela nutria rancor pelo seu marido e seus bastardos. A marquesa era uma louca, apaixonada, e fora a primeira vez que ele fugia de uma mulher e não de seu marido. E agora ela sabia onde ele estava.
MORGAN GRAY
Morgan tomava um farto café da manhã, lendo as notícias no jornal, quando sua irmã desceu as escadas da mansão alegremente. Sentou-se do outro lado da mesa, pegando uma torrada e geléia.
- Bom dia, querido irmão!
Catherine parecia alegre até demais para o gosto de Morgan. Mas ele sabia o motivo: Sua irmã estava vendo um homem, um funcionário da livraria próxima dali. Seu pai nunca aprovaria o relacionamento de Catherine com alguém de tão baixa classe, e Morgan também não estava disposto a fazê-lo.
EVAN KENDAL
Lord Kendal, o pai de Evan, possuía uma grande propriedade nos limites de Londres. Joseph Kendal amara a mãe de Evan antes de seu casamento arranjado, e Evan é seu filho preferido, apesar de bastardo. Ele não sabia do paradeiro da mulher e nem do menino, que foram forçados a se esconder da família Kendal quando o caso foi descoberto, e não sabia sequer que tinham sobrevivido quando ficou sabendo da existência de Evan. Deixou então o rapaz morar em sua propriedade, a alguma distância da casa principal. Essa decisão teve grande repercussão, tanto em meio à nobreza quanto dentro de sua família.
O problema era Lady Coralline, a esposa de Kendal, e seu filho, Harry, que se ressentiam da decisão. Evan é o primogênito e por nascimento o que teria mais direito à fortuna do pai. A azeda Coralline temia que seu filho fosse deixado de lado quando a herança fosse repartida, e que ela fosse mandada para a sarjeta.
Naquela manhã, como sempre, Evan nadava no lado próximo à sua casa. Estava tão absorto em seus pensamentos que mal percebeu alguém acenar da margem. Percebeu que era seu pai.
ARTHUR "STEAMPUNK"
Arthur estava absorto demais em seu trabalho para prestar atenção a notícias de mulheres mortas. Batia o martelo contra o metal, com muita destreza, e montava em sua mente o próximo mecanismo que faria com aquilo. Ele só levantou os olhos de seu trabalho ao perceber o sininho da loja, indicando que alguém havia entrado.
Quando Arthur foi olhar, percebeu que era William Turner, um dos empregados de seu pai, completamente transtornado. Ele chorava, com o chapéu na mão, falando coisas desconexas.
- Era ela... Eles me mostraram o corpo, era ela!
WILLIAM HARVEY
Já faziam três dias desde o último roubo de Will. Um pequeno baú, que roubara de uma espelunca em que algum azarado resolvera passar a noite. Foi fácil: ninguém estava no quarto, apenas entrou e saiu com a caixa.
O problema é que, por mais que tentasse, não conseguia abrir de jeito nenhum. Não era trancado por uma chave ou cadeado, apenas alguns quadradinhos no que devia ser a fechadura. Nunca vira nada como aquilo antes e não sabia como abrir, então sequer sabia o que tinha dentro.
Pensava nisso enquanto arrumava os livros nas estantes. The Poisoned Pen, uma pequena livraria nos arredores de Greenwich, perto das margens do rio, possuía vários exemplares antigos ou que as pessoas normais não gostariam de ler, como "As borboletas raras do vale do rio Reno" e a história completa do Egito escrita em latim. Folheava um deles, distraidamente, quando seu chefe entrou na loja.
- Um absurdo, esses patifes - Ele dizia para si mesmo, chacoalhando o jornal na mão. - Matar uma mulher indefesa dessa maneira! Deviam ir todos para a forca!
UFA! E assim começamos o RPG. Tomei a liberdade de criar NPCs baseados nos históricos de vocês. Ajuda com fotos e informações sobre eles (principalmente os parentes!) é bem vinda.
Quanto aos locais: Apesar de se referirem a East End como a parte pobre inteira, é uma região que engloba vários distritos. Whitechapel e Aldgate são os mais pobrinhos, e ficam na metade acima do rio Tâmisa, junto com as docas. A parte mais bonitinha, como Greenwich, fica abaixo. O rio então divide essas duas realidades, de certa forma. Ainda colocarei um mapa para ilustrar isso, mas quem for nobre ou da burguesia mora mais pra Greenwich.
Quem ainda não conseguiu terminar a ficha, podem entrar depois sem problemas.
Divirtam-se :B